Aprender Inglês 24 de Fevereiro de 2021

Por que traduzir o inglês não é a melhor forma de aprender?

Traduzir nunca é a melhor opção, mas você já parou para pensar no por quê?

Se você gosta de estudar inglês assistindo a séries e filmes, já deve ter se deparado com uma legenda "errada", que não representava o que estava sendo dito. Talvez já tenha ouvido, por exemplo, que um gato tem "9 lives" e, na legenda, dizia 7. Calma, você não ouviu errado e o tradutor não é um incompetente!

Você também já deve ter ouvido falar que os esquimós têm dezenas de palavras para se referir à neve ou que só o português tem uma palavra para "saudade". Isso acontece porque língua e cultura andam de mãos dadas. Sabe aquela pergunta de quem veio primeiro, a galinha ou o ovo? Então, não dá para dizer se a língua determina a cultura ou se é o contrário.

Por isso, simplesmente traduzir uma língua não é a melhor opção. A tradução literal leva a equívocos e apaga essa parte tão importante, que é a cultura. Além disso, uma única palavra pode ter diversos significados. Preste atenção nos dois exemplos abaixo:

The book is on the table.
Everything's on the table.

Você diria que "on the table" tem o mesmo significado nas duas frases? O primeiro caso é bem simples: todo brasileiro já ouviu e sabe que significa "o livro está em cima da mesa". 

Mas, apesar de você poder fazer uma tradução literal do segundo exemplo para "tudo está em cima da mesa", esse não é o real sentido dessa frase. 

Essa é uma expressão idiomática que significa que algo está sendo discutido, como um plano ou um projeto e que todos os argumentos já foram colocados para análise e discussão.

Ok, você pode achar que expressões idiomáticas são necessariamente culturais e que isso não se aplica a outras partes da língua. Então, dê uma olhadinha nesse trechinho da música "When The Sun Goes Down", do Arctic Monkeys:

They said it changes when the sun goes down

"O sol vai para baixo"? Ah! o sol se põe, né? Esse phrasal verb, quando traduzido literalmente, soa muito estranho para nós, porque ninguém diz que "o sol vai para baixo"  (apesar de ser exatamente o que ele faz).

Claro, muitos dos problemas de tradução estão ligados a questões culturais, mas não apenas a elas. Você já deve ter se deparado com títulos de filmes ou livros que foram "traduzidos errados", certo? Porém, não podemos dizer que são traduções erradas, porque há, ainda, toda uma questão de marketing por trás da criação de títulos.

Você assistiria um filme chamado "Mandíbulas", por exemplo? Esse seria o título literal de "Jaws". Para nós, chegou como "Tubarão", o que indica com mais precisão do que se trata o filme. 

Por isso, hoje não se fala mais em tradução, mas sim em localização (ou versão), que seria um processo de tornar um produto adaptado para o local em que será comercializado.

Quando falamos em traduzir algo, temos que ponderar qual é a nossa prioridade: a forma ou o conteúdo. Em poesia, por exemplo, talvez seja mais importante a forma e, então, o conteúdo fica em segundo plano. 

No entanto, na comunicação do dia-a-dia, normalmente, o que importa mesmo é a mensagem - o conteúdo do que se está dizendo. Por isso, é importante que você aprenda a se comunicar e, principalmente, a automatizar o processo e pensar em inglês!

O problema é: você não pode ter os dois. Se optar pelo conteúdo, terá que abrir mão da forma e vice-versa.

Mas calma aí! Não pense que a tradução deve ser completamente banida dos seus estudos. Pense como você falaria em inglês algumas dessas expressões brasileiras:

Que fita!
Ih, agora o circo pegou fogo!
Depois dessa, só Jesus na causa!
Não dá bola! Ele tá viajando na maionese.

É, pois é… Pode ser bem difícil, né? E esse acaba sendo um ótimo exercício para treinar o seu inglês. Tente não fazer traduções literais, mas refletir sobre como as pessoas poderiam expressar o mesmo sentimento (ou sentimento parecido) nas mesmas situações. Você também pode fazer o inverso e pensar em como algumas expressões em inglês poderiam ser adaptadas para o português.

Algumas palavras talvez não tenham tradução, mas é aí que surgem os “empréstimos”. A ideia de pureza das línguas é insustentável, por exemplo, pelo simples fato de que o que falamos hoje já é uma mistura de outras línguas. 

Sabe aquele purêzinho delicioso que a sua mãe fazia quando você era criança? Pois é, ele vem do francês purée. Não vamos tão longe: a palavra “samurai” vem do japonês e “tequila”, do espanhol. Todas essas palavras já foram incorporadas ao português e são usadas por todos nós, falantes nativos da língua. Algumas palavras ainda podem sofrer adaptações, como xampu (shampoo) ou coquetel (cocktail).

E então? Agora ficou um pouco mais claro por que você não deve traduzir o inglês? Uma boa forma de evitar essa prática (que é viciante!) é aprender a pensar na língua estrangeira. Para isso, nós temos um conteúdo que pode ajudar. Você pode acessá-lo clicando aqui.

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